Locomotiva de Som – Vegga

“O rio vai aprender com o sinuoso caminho, o alto das montanhas, a calmaria dos vales. Por vezes cristalino, mas outras, turvo, escuro e sozinho. O rio não pode voltar, não há outra maneira, ninguém pode voltar. A vida de fato é assim, é preciso fluir, carregar cada partícula de si com força, em frente, rumo a águas abertas. Porque apenas então, o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas sim, tornar-se oceano.”

Fala galera! Rafael Tanisho aqui e hoje vou falar de uma banda que eu tenho um carinho especial. Uma que eu tenho o vocalista dessa banda como um grande amigo, já trabalhamos e estudamos juntos e ele me ajudou em muitos momentos. Outra que as músicas deles já me ajudaram! Não, não é uma banda “auto-ajuda” mas a partir do momento em que cada um interpreta uma música como bem entende, a minha interpretação das palavras dessa banda me ajudaram. Também não é uma banda religiosa, nada contra.10856709_870966769592493_3993280679662345972_o

Estou falando da Vegga.
A Vegga é uma banda de Jaboticabal que traz um hardcore melodioso que transborda sentimentos.
A Guitarra fica por conta do Aranha e este merece um destaque pois ele traz uma característica única em cada acorde que faz, o que casa muito bem com a firmeza do baixo e da bateria e mais ainda com a voz do Guilherme Constant (que vou me referir como Farofa).

Ao escutar os 3 cd’s que foram lançados, é notável a evolução que tiveram tanto no instrumental, com a evolução da complexidade dos arranjos, quanto nas letras e melodias vocais.

Outra coisa que ressalto é a profundidade das letras, que são baseadas na vivência dos integrantes da banda. Letras que muitas vezes pode ser que você não entenda na “primeira passada de ouvido”. Letras que exigem uma certa atenção, mas que quando você as descobre, nota o quão ricas são.

Eu poderia falar detalhadamente sobre cada música, porém escolhi 3 – uma de cada álbum – então vamos por ordem de lançamento.

A primeira música que falo é a “O Vento” do disco intitulado “Correnteza”.
Em minha interpretação, a música fala sobre aquela pessoa que partiu (interprete como quiser) e não deixou um vazio, mas um espaço preenchido de lembranças que ditam os passos daquele que passou por determinada situação. Isso podemos notar nas frases “… estou indo embora, mas com saudade de você…” e principalmente quando é dito que era uma vida que ditava os refrãos, o que podemos crer que era uma pessoa que convivia e tinha grande influência sobre como meus passos me trouxeram até onde estou.
No refrão podemos notar quase que como um diálogo entre quem canta/conta e essa pessoa querida que não está mais presente (pelo menos não em corpo). “Eu vou estar pra sempre aqui, mesmo que seus olhos não puderem me alcançar.” aí temos a resposta “Eu vou sentir o seu amor no vento, o mesmo que um dia te levou.”.
A segunda estrofe fala basicamente sobre o quão natural é esse momento de partida e logo segue com o refrão e a parte que eu mais gosto.
“Viver é correr atrás e nunca desistir”, afinal, não é disso que se trata a vida? Dos nossos objetivos e do quão a vida não tem sentido sem eles?
Fiquem com a música:

A segunda música vem do álbum “Bússola” e é intitulada de “Trilhos” (ahn, ahn, Locomotiva, Trilhos e pahhh).
“Um Novo dia é folha em branco pra escrever frases de rodapé que ninguém precisa entender.”, de fato ninguém precisa entender os seus motivos e os caminhos que você toma por causa desses motivos. Depois disso seguimos para o pré-refrão que fala sobre desencontros. Logo em seguida temos um dos refrãos que eu mais gosto que é: “Talvez eu me perdi na última estação. Talvez eu nem precise mais desse vagão, só preciso da força que está sobre os meus pés.”. CARALHO! Quanto tempo perdemos preso em uma carga que um dia foi necessária e que nos fez crescer? E depois disso, quanto tempos ficamos preso nessa carga com medo de desapegar pois um dia ela teve essa importância gigantesca?! Somos tão crianças quando se trata de sentir! Isso já fala o por que essa música é a minha favorita desse álbum:

Agora vamos para a música “Oceano” do álbum “Oceano”.
Essa é uma música que por pouco não me fez verter lágrimas masculinas de meus olhos.
Quem nunca se separou de alguém realmente importante? Não por desentendimentos ou algo assim, mas por que os caminhos realmente apontavam direções diferentes… É um tanto quanto indescritível o quão essa música mexe comigo. Ela me transmite um misto de esperança e melancolia, e isso é algo que o Farofa transmite perfeitamente. “Aporte em cada pôr do sol, esperando ele nascer. Cada sorriso é um farol de um novo amanhecer. Olhe o mundo ao seu redor, há um caminho a navegar. Cultive tudo com amor e o resto vem sem avisar.”. Que refrão é esse?! Que melodia é essa?! Traz tantas lembranças, tantas recordações! E qual é daquela finalização? Nunca tinha ouvido o Farofa transmitir tanta esperança, tanto sentimento! Sem mais declarações, fiquem com a música e se arrepiem!

Um recado para meus amigos da Vegga. Parabéns pelo trabalho. Da pra sentir o carinho e a dedicação de cada um nos sons. Continuem surpreendendo como sempre fizeram! Um grande abraço!

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